
Nova Linha de Crédito Imobiliário:
Governo Anuncia Medidas para Ampliar Acesso à Classe Média
Em um esforço para impulsionar o setor imobiliário e facilitar o acesso à casa própria para a classe média, o Governo Federal anunciou, no final de outubro, um novo modelo de financiamento habitacional que promete injetar bilhões de reais no mercado.
A medida, publicada em edição extra do Diário Oficial da União em 9 de outubro, representa uma das atualizações mais significativas no crédito imobiliário nos últimos anos, com transição gradual iniciando ainda em 2025.
De acordo com o Ministério da Fazenda e o Banco Central, as mudanças permitem que até 5% dos saldos de poupança sejam deduzidos dos compulsórios (recursos retidos no BC) quando utilizados em operações de crédito imobiliário. Isso deve viabilizar R$ 111 bilhões em recursos no primeiro ano, sendo R$ 52,4 bilhões adicionais em relação ao modelo atual, com R$ 36,9 bilhões liberados de forma imediata.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, destacou que a iniciativa, combinada com captações no mercado pelas instituições financeiras, evitará elevações nas taxas de juros dos financiamentos.
Principais Mudanças no Financiamento
- Aumento do Teto de Valor dos Imóveis: O limite para financiamentos no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que beneficia a classe média, subiu de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. Isso abre portas para imóveis de padrão médio em regiões urbanas mais valorizadas.
- Financiamento de Até 80% do Valor: A Caixa Econômica Federal, líder no mercado com cerca de 70% dos créditos, retomará a oferta de financiamento de até 80% do valor do imóvel via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Anteriormente, esse percentual havia sido reduzido devido à escassez de recursos.
- Nova Linha para Reformas: Integrada ao Programa Minha Casa, Minha Vida (dentro do Novo PAC), há uma linha específica para reformas de moradias de baixa renda, com valores entre R$ 5 mil e R$ 30 mil, juros reduzidos e prazos de 24 a 60 meses.
- Impacto Estimado: As alterações devem permitir o financiamento de 80 mil novos imóveis pela Caixa, expandindo investimentos na construção civil e gerando empregos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatizou a sustentabilidade do modelo, resultado de diálogo com o setor financeiro.
O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, reforçou, em evento em 23 de outubro, que o Brasil se prepara para um "salto" no crédito imobiliário, elevando sua participação no PIB de 10% para até 20% em dez anos. Em 2025, o primeiro teste incluirá a liberação de R$ 30 a 40 bilhões equivalentes a 5% dos compulsórios, testando o novo mecanismo de equalização que usará 100% do estoque de poupança para baratear operações no mercado de capitais.
Contexto e Perspectivas para 2026
Apesar do otimismo com as novas regras, o setor enfrenta desafios como a redução nos depósitos de poupança (queda de 6,5% desde 2021, para R$ 749,6 bilhões) e a Selic em 10,5% ao ano, que desvia investimentos para opções mais rentáveis. A Abecip estima uma retração de 10% a 17% nas concessões de crédito via SBPE em 2025, para R$ 150-160 bilhões, após recorde de R$ 312,4 bilhões em 2024. No entanto, as medidas governamentais visam mitigar isso, com plena vigência prevista para janeiro de 2027.
As taxas de juros atuais para financiamentos variam de 11,29% a 12,50% + TR ao ano nos principais bancos (Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander), dependendo do perfil do cliente e relacionamento bancário. Especialistas recomendam simulações personalizadas e consideração de consórcios como alternativa para planejamento.
Essa atualização reforça o compromisso do governo em tornar o sonho da casa própria mais acessível, especialmente em um cenário de inflação e juros elevados. Fique atento ao nosso informativo para mais análises e dicas sobre como se beneficiar dessas mudanças.
3 de dezembro de 2025
Fontes Oficiais Consultadas:
- G1 (Globo) – Cobertura em tempo real do anúncio.
- Portal da Casa Civil e Ministério da Fazenda – Comunicados oficiais.
- Abecip – Dados de mercado e projeções.